MPF requer penas para Lauro Bezerra e Zeca Abreu por ilegalidades em contratações na Funasa
junho 18, 2014
O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN)
apresentou alegações finais reforçando as acusações por peculato, dispensa
ilegal de licitação e apropriação indébita contra o grupo formado pelos
ex-coordenadores regionais da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Lauro
Gonçalves Bezerra e José Antônio de Abreu (Zeca Abreu), pelo ex-chefe do
Serviço de Administração do órgão, Thiago Oliveira Ferreira de Souza, além do
sócio da SS Construções e genro de Lauro Bezerra, Edmilson Pereira de Assis, e
seu irmão José Sanderilson Pereira de Assis.
Entre 2004 e 2006, Lauro Bezerra assinou contratos com a SS
Construções, RH Service e Interfort, para prestação de serviços à Funasa no Rio
Grande do Norte. As três eram administradas por seu genro, Edmilson Pereira, e
os contratos foram renovados até 2008, mesmo contrariando pareceres jurídicos.
As irregularidades incluíam sobrepreços que resultaram em
prejuízo superior a R$ 1 milhão para os cofres públicos, de acordo com a
Controladoria Geral da União (CGU).
Lauro Bezerra declarou, em depoimento, que não “via
problema” em contratar e prorrogar os contratos das empresas administradas por
seu genro. Edmilson Pereira, por sua vez, confirmou ser sócio da SS Construções
e que administrava as duas outras empresas (pertencentes ao seu grupo familiar)
com auxílio do irmão, José Sanderilson. Ele confessou inclusive, em depoimento
no Ministério Público do Trabalho, ter colocado a Interfort e a RH Service
em nome de terceiros para poder trabalhar no setor público, onde seu sogro
atuava.
Os serviços prestados pelas empresas registraram inúmeras
falhas. A análise quanto ao sobrepreço praticado nos serviços apontou que os
contratos da RH Service resultaram em um prejuízo aos cofres públicos de R$ 733,2
mil; os da SS Construções, que prestou serviços de limpeza e conservação, em R$
146,5 mil, e o da Interfort, para área de segurança, gerou gastos indevidos de
R$ 178,3 mil.
O valor pago às três empresas pela Funasa, somente no
exercício 2008, alcançou R$ 2,7 milhões, correspondendo a 50,68% de todas as
despesas realizadas pela unidade naquele ano, excetuada a folha de pessoal.
Lauro Bezerra e Thiago Oliveira foram alvos de processos
administrativos disciplinares, nos quais foram condenados. O Portal da
Transparência registra que o ex-coordenador foi expulso da Funasa por “deixar
de exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo, por deixar de observar
as normas legais e regulamentares, por valer-se do cargo para lograr proveito
pessoal e de outrem, em detrimento da dignidade da função pública e por
transgredir a lei”.
O MPF requer a condenação dos envolvidos por peculato (três
condenações, uma para cada empresa); por dispensa indevida de licitação (com
exceção de José Abreu); e ainda dos dois irmãos, Edmilson e José Sanderilson,
por apropriação indébita. O pedido inclui o ressarcimento à Funasa do valor de
R$ 1 milhão, a ser atualizado monetariamente.
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