STF recebeu denúncia contra deputado estadual Ricardo Motta
outubro 24, 2018
Por unanimidade, a primeira turma do Supremo Tribunal
Federal (STF) recebeu nessa terça-feira, 23, denúncia apresentada pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado estadual do Rio Grande
do Norte Ricardo Motta (PSB). O parlamentar é acusado de chefiar organização
criminosa que atuou no Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente
do Rio Grande do Norte (Idema) e desviou mais de R$ 19,3 milhões entre janeiro
de 2013 e dezembro de 2014.
A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público Federal no
Rio Grande do Norte ao Tribunal de Justiça (TJRN), mas, como mais da metade dos
integrantes do TJRN se declarou sob suspeição para julgar o caso, os autos
foram remetidos ao STF em julho do ano passado, com base na Constituição
Federal.
Em memorial encaminhado ao ministro Luiz Fux, relator do
caso, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, informou já existirem na
PGR dois processos envolvendo o parlamentar. Um inquérito que investiga seu
filho, o deputado federal Rafael Motta (PSB/RN), pela prática de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro em razão de suposto recebimento de vantagens
indevidas em sua campanha eleitoral de 2014. E outro procedimento que trata de
medidas cautelares de quebra de sigilo bancário e fiscal de Ricardo Motta e
Rafael Motta formuladas, originariamente, pelo MP do Rio Grande do Norte, na
operação ‘Candeeiro’.
A denúncia aponta Ricardo Motta como o líder de organização
criminosa, que agia juntamente com outras pessoas para desviar recursos do
Idema/RN por meio de transferência fraudulenta de verba pública para empresas
previamente aliciadas pelo grupo. No fim de outubro do ano passado, a PGR pediu
ao STF o afastamento do deputado do cargo, por 180 dias, depois que a
Assembleia Legislativa do RN, por meio de decreto legislativo, reverteu a
decisão judicial que havia afastado o parlamentar das funções, mesmo com o
processo em tramitação no supremo.
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