Ex-vereador foi denunciado por peculato, falsificação de documento público e associação criminosa
setembro 19, 2019
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) denunciou
o ex-vereador de Natal, Albert Dickson de Lima, por peculato, falsificação de
documento público e associação criminosa. Os crimes teriam sido cometidos entre
janeiro de 2009 e dezembro de 2011 e renderam, em quantia atualizada, R$ 2,1
milhões.
A justiça potiguar já acatou a denúncia do MPRN e tornou
réus o ex-vereador, um assessor parlamentar dele, uma contadora, um advogado e
dois empresários. Paralelamente, o MPRN ajuizou uma ação de improbidade
administrativa contra Albert Dickson, os demais envolvidos e empresas, que
estão com os bens indisponíveis por determinação judicial.
Além do ex-vereador, são réus: o assessor parlamentar Paulo
Henrique Barbosa Xavier, a contadora Aurenísia Celestino Figueiredo Brandão, o
advogado Cid Celestino Figueiredo de Souza e os empresários Maria Dalva de
Oliveira Reis e Sidney Rodrigues dos Santos.
Pelas investigações do MPRN, que se iniciaram a partir de
compartilhamento de provas da Operação ÊPA!, deflagrada pela Polícia Federal em
dezembro de 2011, o grupo se associou criminosamente com a finalidade de
colocar em prática um esquema fraudulento de desvio de verbas de gabinete
disponibilizadas ao então vereador mediante simulação de contratação de
empresas para prestação de serviços e fornecimento de bens, o que se
materializou através da utilização de notas fiscais frias e de cheques
falsificados. Esse esquema fraudulento durou por 36 meses.
Na denúncia, o MPRN destaca que Albert Dickson tinha a posse
da verba de gabinete e incumbiu o assessor parlamentar Paulo Henrique do
gerenciamento dos recursos. Ao assessor cabia a tarefa de apresentar as
prestações de contas relacionadas à verba de gabinete e, ainda, atestar falsamente,
junto com o ex-vereador, o recebimento de produtos e a execução de serviços
contratados com recursos da verba de gabinete.
A contadora Aurenísia Figueiredo, segundo investigações do
MPRN, disponibilizou empresas das quais era titular e arregimentou outros
empresários para integrarem o esquema de emissão de notas frias, sendo a
responsável pela montagem artificiosa das prestações de contas. O advogado Cid
Celestino e os empresários Maria Dalva e Sidney Rodrigues foram cooptados por
Aurenísia Figueiredo e forneceram notas fiscais frias de serviços e produtos
que nunca foram executados e ou entregues.
Ainda na denúncia, o MPRN pede a condenação do ex-vereador e
dos outros envolvidos no esquema e a fixação do valor mínimo para reparação do
dano, a ser revertido em favor do município de Natal, no montante de R$
2.146.239,56, valor que deve ser acrescido de juros e correção monetária a
serem pagos pelos réus.
...........................................................................................................................................................................................
0 Comentários
Os comentários postados representam a opinião do leitor e não necessariamente do RSJ. Toda responsabilidade do comentário é do autor do mesmo. Sugerimos colocar nome no comentário para que o mesmo seja liberado. Ofensas não serão permitidas.