Revitalização da produção de algodão no RN foi tema de seminário
julho 21, 2021O Rio Grande do Norte, que já ocupou posição nacional de destaque na cotonicultura, está focando na retomada de sua produção de forma sustentável para alavancar a economia no semiárido por meio da elaboração do Projeto Algodão Agroecológico Potiguar.
A ideia é buscar a revitalização desta cultura associada aos sistemas agroalimentares e com a produção de algodão agroecológico já certificado e com comercialização totalmente articulada.
Nesta terça-feira o Governo do RN realizou o seminário ‘Algodão Agroecológico e Sistemas Alimentares’, focando a discussão das experiências bem sucedidas de produção e comercialização do algodão agroecológico em curso no estado da Paraíba e que podem ser implantadas no Rio Grande do Norte.
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No auditório da Emater-RN, Maysa Gadelha e Vlaminck Paiva, coordenadores do programa Algodão Orgânico da Paraíba, expuseram a pesquisadores e técnicos dos órgãos estatais envolvidos e também a membros de cooperativas e de outras organizações da sociedade civil a experiência sustentável que tem melhorado a vida das pessoas do semiárido paraibano. Detalharam tecnologias aplicada à semente de algodão, ao plantio e as necessidades sustentáveis das famílias agricultoras que se dedicam a este cultivo.
Presidente do Instituto Casaca de Couro e da Cooperativa de Produção Têxtil da Paraíba (CoopNatural), instituições voltadas ao desenvolvimento da cotonicultura, Maysa Gadelha é designer, empreendedora e pioneira no fomento ao algodão colorido e algodão orgânico. Para ela, o sucesso obtido desde 2015 neste ramo “une consórcios agroalimentares e uma definição clara de mercado: as agricultoras e agricultores plantam e já sabem até por quanto vão vender seu produto. Isso fecha esse ciclo virtuoso que temos na Paraíba”.
Maysa também revelou que “há, ainda, uma memória afetiva de querer retornar a este ciclo produtivo tão próspero que fez com que gerações de nordestinos fossem sustentados pelo algodão. Não estamos inventando algo novo, mas retomando um produto do passado e que hoje pode se tornar excelente fonte de renda, justa do ponto de vista social e ambiental”.
Vlaminck Saraiva, vice-presidente da CoopNatural, engenheiro agrônomo e extensionista rural da Empresa Paraibana de Pesquisa e Extensão (Empaer), contou que as vitórias obtidas vieram por meio dos esforços para conseguir doação de sementes, principal insumo desta cultura; apoio técnico da Empaer; um esquema logístico bem estruturado; acesso a sacaria especializada para acomodação do algodão; e, por fim, obtenção da certificação orgânica, etapa de alto custo – cerca de R$ 5 mil por agricultor.
A retomada do cultivo do algodão no Rio Grande do Norte envolve seis órgãos estaduais e destaca o esforço que está sendo empenhado a nível estadual.
Um segundo seminário ficou marcado para agosto, quando a instituição Diaconia fará uma exposição de suas experiências na Paraíba. Após a rodada de seminários, o Governo do RN terá bases mais concretas para avançar com o projeto potiguar.
Em junho passado, a governadora Fátima Bezerra conduziu a criação de um grupo de trabalho para estudar a retomada da cultura do algodão, proposto inicialmente para os municípios de São José do Seridó, Cruzeta e Acari pelo Instituto Riachuelo, entidade criada em 2020 para promover o desenvolvimento econômico e social no Nordeste.
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