'Jogo do Aviãozinho': Justiça bloqueia R$ 101 milhões de site de apostas que promove game ilegal, divulgado por influenciadores

dezembro 18, 2023

Há duas semanas, o programa Fantástico mostrou que influenciadores chegaram a ser presos por promoverem o ‘Jogo do Tigrinho, um game ilegal que fez vítimas perderem dinheiro em todo país.

Neste domingo, 17, o Fantástico detalhou uma investigação realizada em São Paulo sobre o ‘Jogo do Aviãozinho’.

Uma única plataforma digital teve mais de R$ 100 milhões bloqueados pela justiça e a polícia reuniu indícios de que apostadores não recebiam os prêmios.

O Crash, conhecido como ‘Jogo do Aviãozinho’, é um dos principais da plataforma Blaze. Assim que o avião começa a voar, o valor da premiação vai aumentando e o apostador tem que decidir a hora de parar o voo - se antes surgir a palavra Crashed, a aposta está perdida.

O jogo, assim como outros oferecidos pela Blaze, é ilegal no Brasil. As punições para a prática podem atingir empresas, apostadores e quem faz a divulgação - vários influenciadores em redes sociais.

A polícia de São Paulo começou a investigação sobre a Blaze depois que apostadores começaram a denunciar que prêmios mais altos não eram pagos pela plataforma, o que leva à suspeita de estelionato.

Uma das vítimas contou: "Eu cheguei a ganhar muito dinheiro, mais de R$ 100 mil. Eu consegui sacar R$ 20 mil. O resto ficou tudo lá ficou lá. E era uma manipulação atrás da outra".

Outra vítima denunciou: "Teve um dia que eu vi que estava pagando bastante, eu falei: 'vou colocar um valor de R$ 2.800 na plataforma'. Eu tive um retorno de 98 mil. Quando eu fui tentar realizar o saque desses R$ 98 mil, eles colocaram que eu fraudei a plataforma e tiraram o dinheiro da minha conta".

Na mesma decisão que bloqueou R$ 101 milhões da Blaze, a justiça determinou que o site fosse retirado do ar, mas a ordem judicial não surtiu efeito. Um dos endereços eletrônicos usados pela plataforma até parou de funcionar, mas outros vieram no lugar e a oferta de jogos online continuou normalmente. A questão é que a empresa não tem sede nem representantes legais aqui no Brasil, o que dificulta o trabalho da polícia de chegar aos responsáveis.

Ainda de acordo com a polícia, relatórios financeiros que constam do inquérito indicam que parte do dinheiro arrecadado pela Blaze é destinada a três brasileiros. Eles seriam os donos ocultos da empresa.

Os advogados contratados pela Blaze para tratar desse caso alegam que a empresa tem sede em Curaçao e que, então, a atividade dela não configura infração penal mesmo que os apostadores sejam brasileiros; e que, em outro caso semelhante, o Ministério Público de SP pediu o arquivamento do inquérito e um juiz revogou a decisão de bloqueio do site.

Todos os influenciadores que aparecem na reportagem estão sendo investigados e foram procurados pelo Fantástico.

Com informações do g1



1 Comentários

Os comentários postados representam a opinião do leitor e não necessariamente do RSJ. Toda responsabilidade do comentário é do autor do mesmo. Sugerimos colocar nome no comentário para que o mesmo seja liberado. Ofensas não serão permitidas.