Federação dos policiais penais, em relação à fuga de presos da penitenciária de Mossoró, levanta a hipótese que o vergalhão que o foragido utilizou para arrancar a luminária seja da própria estrutura da cela, mas que é preciso “aguardar as investigações”

fevereiro 18, 2024

A Federação Nacional dos Policiais Penais Federais, que é a unificação dos cinco sindicatos de policiais penais federais existentes, divulgou carta aberta à população, para informar à sociedade brasileira que, apesar do ocorrido, as penitenciárias federais continuam seguras e cumprindo o seu devido papel, o isolamento de lideranças criminosas inseridas no sistema penitenciário federal.

O documento afirma que “a sociedade precisa saber que desde que o Sistema Penitenciário Federal começou a operar nunca registrou quaisquer problemas de segurança e ou operacional, haja vista que a atividade do policial penal federal não se limita aos presídios federais, pois os policiais penais federais participam de diversas missões no território nacional: realizam várias escoltas terrestres e aéreas todos os meses do ano, conduzindo lideranças criminosas para inclusão ou exclusão no SPF, além de diversas audiências e tribunais de júri sem perder prazos e registrar atrasos, coordena a FPN- Força Penal Nacional, que atua em auxílio aos Estados juntamente com os policiais penais estaduais de todo o Brasil, pacificando crises como em Alcaçuz/RN em 2017, Ceará, Monte Cristo/RR, Amazonas, Pará e atualmente em Pernambuco e DF ( PFBRA)...”

Diz ainda a carta: “... porém, este mesmo profissional que labuta em tantas frentes com êxito de forma anônima, ganhou a mídia e ficou conhecido somente no momento em que ocorreu uma falha e está sendo acusado direta ou indiretamente de corrupção por algumas pessoas públicas e formadoras de opinião de forma totalmente irresponsável, pois as investigações ainda estão em curso e é muito cedo para chegar a esta conclusão...”

E continua: “... quem realmente entende de segurança das penitenciárias federais são os policiais penais federais que atuam há quase 18 anos e são os responsáveis pela elaboração de todos os procedimentos de segurança que até então nunca haviam falhado e findada as apurações se tiver algum policial penal federal envolvido cortaremos a própria carne sem qualquer corporativismo, pois o nosso maior orgulho sempre foram os números estatísticos de zero fuga, zero rebelião, zero celular, porque o nosso cliente é a sociedade e sempre trabalhamos para entregar o melhor em termos de segurança pública na esfera de execução penal”.

Cita ainda o documento que “... outro detalhe que não pode ser ignorado é que os foragidos não tiveram apoio externo, ou seja, não havia logística externa, eles não possuíam veículo para fuga, celulares, casa de apoio e nem rota de fuga, o que nos leva a acreditar que não houve planejamento prévio e sim uma oportunidade que foi aproveitada e obtiveram êxito”.

No texto tem: “E, considerando que existem presos de altíssimo poder econômico cumprindo pena neste momento na mesma penitenciária federal, a exemplo de Luís Fernando da Costa, que já está há 17 anos no Sistema Penitenciário Federal, como? De que forma esses presos teriam conseguido cooptar policiais penais federais com tanta facilidade, uma vez que chegaram em setembro de 2023 na unidade e existem presos mais expressivos que há 17 esperam uma chance de fuga? É importante esclarecer a todos que sempre houve problemas estruturais e à medida que chegavam ao conhecimento das entidades de classe, eram repassados às respectivas autoridades. Alguns foram resolvidos, como por exemplo, o projeto de construção de muralhas, que foi demanda desta Federação em 2019, entretanto, apenas uma, a de Brasília, foi entregue até o presente momento”.

Na carta tem ainda: “... a cidade de Mossoró tem um índice de salinidade muito elevado o que acelera a degradação das estruturas e não se descarta a hipótese do vergalhão que o foragido utilizou inicialmente para arrancar a luminária seja da própria estrutura da cela que talvez estivesse exposto e não foi observado, porém é só uma hipótese, vamos aguardar as investigações”.

Ainda no documento tem que “... mesmo trabalhando com precariedades estruturais, conseguimos entregar à sociedade há quase 18 anos, um sistema prisional estável, sem rebeliões, homicídios, torturas, fugas e celulares em posse de internos e o sucesso deve-se a dedicação, profissionalismo e seriedade das mulheres e homens que por quase 18 anos deixam suas casas para exercerem uma função de altíssimo risco (inclusive, sepultamos em 2016 e 2017 dois policiais penais federais e uma especialista penal federal, vítimas de crime encomendado por uma determinada facção criminosa cuja liderança é custodiada pelo nosso Sistema), sempre objetivando entregar o melhor em termos de segurança prisional, sem quaisquer registros de falhas até o triste ocorrido”.

Finaliza a carta dizendo: “Por fim, as entidades sindicais esperam que tudo seja apurado e, havendo responsáveis, que respondam pelas suas ações e/ou omissões na forma da lei, entretanto, não pode ser ignorado o brilhante histórico desses profissionais, de forma, que somente quem de certa forma tiver errado responda pelos respectivos erros, este episódio não pode se transformar em caça às bruxas para servir de exemplo, pois é uma questão de justiça!”.

Confira o documento na íntegra:




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