Linda Flor: As desapropriações em versos
agosto 19, 2024Esse rabiscador recebeu há pouco uma poesia que fala sobre as desapropriações do Idema na comunidade de Linda Flor, em Assú (RN). Confira:
"O Lamento de Linda Flor: A Injustiça que Fere o Sertão"
Linda Flor, terra querida,
Onde o sol beija o chão,
E as frutas brotam doces,
Com o suor do sertão.
Mas hoje chora em silêncio,
Seu futuro tão incerto,
Pois o IDEMA vem chegando,
Com seu decreto deserto.
Foi lá em Extremoz,
Que o crime aconteceu,
Um desmate autorizado,
Pelo órgão que se perdeu.
Agora, em busca de redenção,
Vem impor uma cruel condição,
Tomar de quem trabalha,
As terras que são seu pão.
Nas mãos calejadas do povo,
Linda Flor floresceu,
Com mamão, manga e melancia,
Que a todo o país já correu.
Mas a culpa de outros erros,
Caiu sobre esse chão sagrado,
E o sustento de tantas vidas,
Será pelo estado roubado.
Que justiça é essa, pergunto,
Que troca culpa por dor?
O que foi feito em outra terra,
Agora afeta Linda Flor.
As famílias veem seu futuro,
Desaparecer no horizonte,
E o que antes era esperança,
Hoje é lágrima na fonte.
Com tristeza no olhar,
O sertanejo se vê só,
Sem saber se no amanhã,
Poderá plantar seu milharal.
O IDEMA, em seu papel,
Assina a sentença do sertão,
Tira do homem a terra,
E deixa só a desolação.
Linda Flor, meu pedaço de chão,
Teu lamento eu entoo aqui,
Que os ventos levem teu clamor,
Para que a justiça possa ouvir.
Pois tomar do pobre o pouco,
Que a vida lhe permitiu,
É decretar a morte lenta,
De um povo que nunca desistiu.
Autor desconhecido
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